Crime Ambiental. Criador de pássaros. Aves silvestres em cativeiro. Absolvição.
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Crime Ambiental. Criador de pássaros. Aves silvestres em cativeiro. Absolvição.
Segundo consta na denúncia, a equipe de fiscalização do IBAMA encontrou na residência de acusado um pássaro da espécie silvestre brasileira trinca-ferro mantido em cativeiro sem registro do IBAMA (SISPASS) e com uma anilha irregular.
A perícia técnica realizada comprovou a inautenticidade da anilha apreendida junto ao pássaro.
Durante a instrução processual, o acusado confirmou que o vendedor lhe disse quando adquiriu o trinca-ferro, que a anilha era “fria”, mas, mesmo assim, decidiu comprar o passarinho, porque ia “tirar documento” e legaliza-lo.
Alegou, também, que, para ele, o termo “fria” era algo sem registro, e não falso.
Em primeiro grau, o acusado foi absolvido do crime ambiental, em razão do juiz entender que não houve dolo do acusado de adquirir pássaro trinca-ferro com anilha adulterada, e, em consequência, também reconheceu a inexistência da conduta descrita no art. 296, §1º, I, do Código Penal:
Falsificação do selo ou sinal público
Art. 296 – Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I – selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município;
II – selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
1º – Incorre nas mesmas penas:
I – quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
II – quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio.
[…]
Inconformado, o Ministério Público recorreu da sentença, buscando a condenação do acusado.
Ao assistir o interrogatório do acusado, o Relator entendeu que não havia motivos para duvidar das declarações do acusado, e, por isso, o dolo exigível para a configuração do delito previsto no art. 296, §1º, I, do CP não se fazia presente.
Segundo o Relator, ao que tudo indica, o acusado não sabia que a palavra “fria” denotasse algo fraudulento, tanto que afirmou em sede policial e judicial a ressalva feita pelo vendedor da ave. Se realmente tivesse ciência de que “fria” significava falsidade, obviamente não teria declarado que o vendedor havia lhe alertado.
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